Clipping
Exposição Núcleo Comum
Centro Cultural Justiça Federal - RJ
/// Núcleo Comum
O movimento produzido pelo planeta terra em sua órbita foi capaz de medir a distância dos astros. Na astronomia, o termo “paralaxe” significa a diferença aparente na distância de um objeto entre observadores em locais distintos. Este deslocamento é motivado pela observação de mais de um ponto de vista, e deste modo, a percepção da distância dos astros ganha maior clareza.
A diferença potencial que a percepção é capaz de produzir de acordo com um ponto de vista é algo que pressupõe as diversas camadas de leitura que uma obra de arte pode ganhar, fato experimentado pela Escultura moderna, na qual o espectador pôde circundar a obra, percebendo as supostas nuances da forma.
Aqui, Thiago Antonio apresenta um conjunto de trabalhos que se relacionam por meio de uma perspectiva intimista e afetiva, em que o espectador, seja pela poesia – ou através da palavra escrita – seja pelas imagens e objetos que o artista produz, é convocado a investigar um universo particular, mas que sempre se produz no contato com o outro ou pela singularidade da vida.
O observador irá se deparar com diversas perspectivas, seja por meio da produção de videolivros, objetos, desenhos, instalação ou poesias, o artista constrói sua constelação sob uma influência que deverá ser medida pelo afeto, resultante da sua potência de criação, e que talvez seja também parte de todos nós, algo como um germe que se faz comum, mas não como algo trivial, e sim como uma espécie de núcleo partilhável, de onde nos fazemos comuns, algo que faz da vida potência, movida precisamente pelo ato de criar novos mundos – ou outros universos.
Philipe F. Augusto